AS ORIGENS DO KARATE
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A origem e história do Karatê é muito incerta.
Não existe mesmo uma data ou uma época em que possamos verdadeiramente definir
o princípio do Karatê. No entanto, reportando á bibliografia da especialidade,
todos os historiadores, autores e mestres que escreveram sobre este assunto são
unânimes em estabelecer a ligação com o nome do patriarca do Zen, "Bodhidharma" estritamente ligados ás primeiras formas de Karatê como método de combate e ao
mesmo tempo exercícios em que o corpo e espírito participariam com uma noção de
indivisibilidade, que permitiriam ao homem a ascensão à "verdade
única", quer dizer, a um estado de iluminação e de clareza que lhe daria o
verdadeiro conhecimento e a paz de alma. Recuando ainda mais através da história,
contam certos manuscritos antigos que viveram na Índia um príncipe que passava
o tempo a observar os animais nos seus as combates e analisava atentamente os
seus movimentos. Ele classifica todas suas observações e tenta transpor certo
número de técnicas de combate dos animais de pressa e voo para serem utilizadas
pelo homem. Numa segunda etapa, o mesmo príncipe sacrifica algumas centenas de
escravos na busca exata do sítio onde se encontravam os pontos vitais do corpo
humano. Estas lendas, verdadeiras banham de sangue inútil, não tem, todavia
qualquer relação com a utilização milenária chinesa, dos métodos de
"Acupuntura", o processo de picagem com agulhas nos pontos principais
sensitivos, para reanimação e até cura de certas doenças. Também na China o Karatê
era conhecido há cerca de 5000 anos, onde era praticado, contudo, com um
sentido mais ginástico, (mas sempre como imitação simplificada do de ataque e
defesa) destinado a manter o equilíbrio e diminuir a tensão nervosa. A fonte de
inspiração foi ainda a observação dos animais ferozes como o tigre, a águia,
etc.. Esta imitação dos animais tem, contudo, um sentido lógico e
extraordinariamente concreto. Com efeito, se estudarmos atentamente o ataque da
pantera, o chamado "bote felino" encontraremos uma velocidade de
ataque relâmpago e sempre ao ponto sensível dos animais carnívoros, a veia
jugular. O próprio avanço, recuo voltagens, esquivas dos movimentos de Karatê,
assemelham-se aos dos felinos em combate. É óbvio que um karateca a nível
elevado pode enfrentar com êxito, em luta de vida ou de morte, qualquer tipo de
animal, mesmo um leão ou um tigre. Contam certas lendas orientais que existiu
um guerreiro japonês, já em épocas recentes, que, para divertimento do seu
príncipe, enfrentava com as mãos vazias qualquer animal feroz, aniquilando-o a
golpes de Karatê, a ponto de esmagar o próprio crânio da fera. Já mais
recentemente, em 1953, Mestre Oyama, o famoso karateca coreano inventor do
estilo Kiokushinkai, diante de um público numeroso, enfrentou um touro bravo de
600 kg., abatendo-o com um golpe sobre a testa depois de lhe haver cortado os
chifres tendo sido toda a cena registrada e filmada. Ainda voltando ás origens
do Karatê, está definitivamente estabelecido ter sido na China, com a técnica
de combate designada Kempo, que avançou mais a técnica, sobretudo procurando a
maior velocidade possível de execução. Esta arte era de inicio reservada aos
nobres, desenvolvendo como desporto popular na dinastia de "Han",
cerca de 300 anos antes de Jesus Cristo. As técnicas de combate sem armas
desenvolveram-se mais na China, com a vinda da dinastia "Ming". A
espantosa imaginação criadora dos chineses, (libertados da invasão Mongólia de
"Gengis-Kan"), deu lugar á criação de novos métodos de combate
sucessivamente aperfeiçoados.
